Filhos, os agressores dos idosos

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O Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa é comemorado 15 de junho, e foi instituído em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa.

Às vezes, a divulgação de números sobre a violência contra idosos parece mostrar um aumento de atos violentos. Na verdade, pode ser, ao contrário, o registro da mudança de mentalidade da sociedade. O que era “normal” passou a ser considerado crime.

No Brasil, a população passa por uma profunda mudança em suas características demográficas, principalmente com o crescimento expressivo das pessoas com mais de 60 anos – em especial do subgrupo de mais de 80 anos. Existem quase 30 milhões de pessoas idosas no país. Isso representa cerca de 13% da população, segundo dados do IBGE.

Eles têm família, moradia, assistência de amigos, mas ainda são vítimas de crimes praticados, em sua maioria, dentro de suas residências. Na semana do Idoso, a Pastoral do Idoso em Alagoas chama atenção para necessidade das denúncias contra os abusos praticados.

Os idosos continuam sendo vítimas de violência física, psicológica, financeira, abandono, negligência e sexual.

O abuso financeiro, muitas vezes acontece com a retenção do cartão do idoso. “No interior é muito comum a agiotagem, onde algumas pessoas ficam o cartão do idoso retidos em estabelecimentos para que todo mês ele possa fazer feira naquele local. Isso é crime previsto no Estatuto do Idoso”, afirmou Vieira.

De acordo com a Pastoral do Idoso, a violência mais praticada é o abuso financeiro. Na prática, a garantia para que o direito do idoso não seja violado, muitas vezes, tem sido desrespeitada por quem deveria lutar por melhoria de vida deles.

A Pastoral do Idoso salienta também que qualquer pessoa que presenciar um crime contra um idoso pode denunciar através do disque 100. Segundo o coordenador o principal denunciante, atualmente, são pessoas próximas ao idoso, mas muitas têm receio de fazer a delação por também ser próxima de outros membros da família.

“Estamos levantando essa campanha para dar maior visibilidade para questão das denúncias. É preciso que as pessoas denunciem qualquer tipo de abuso”.

Por fim, convém recomendar que, sempre que possível, todos os eventos e atividades desenvolvidas para a conscientização da violência procurem abordar a necessidade de articulação em rede para o enfrentamento do fenômeno. Sabe-se que a construção efetiva de uma rede somente pode se dar em torno de situações concretas, como é o caso da violência.

Thereza Christina Pereira Jorge

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