No ar na novela Êta Mundo Bom!, da Globo, Ary Fontoura tem feito sucesso inesperado no Instagram. Desde que iniciou seu isolamento, em março, o ator de 87 anos começou a compartilhar com o público cenas de seu dia a dia na quarentena. Fotos em que mostra praticando atividades físicas, limpando a casa, tomando sol, preparando alguma receita na cozinha, entre outros momentos triviais da vida doméstica.

Assim, com postagens simples, de incentivo, Fontoura atingiu recentemente a marca de 1 milhão de seguidores. E, sem essa pretensão, tornou-se influenciador digital. “O que mais há hoje em dia são pessoas descuidadas, andando sem máscara na rua, em aglomerações, vivendo como se não houvesse amanhã. Como se a vida continuasse igual ao que era. Não é verdade, estamos em estado de alerta ainda. É uma das coisas que faço questão de manifestar por meio da minha página do Instagram”, diz o ator, em entrevista ao Estadão, por telefone, de sua casa no Rio.

Ele conta que começou seu perfil na rede social para exibir fotos da carreira e de sua rotina. “De repente, passou a ser uma página elucidativa para muitas coisas: como estava sendo para mim, ao mesmo tempo que meu aprendizado acontecia, eu transferia para as pessoas.”

São atividades que, segundo Fontoura, já faziam parte de seu cotidiano. “A gente que é ator, que tem uma longa carreira, fica sozinho em apart-hotel, tem de fazer as coisas para a sobrevivência. Então, eu sabia lavar uma roupa, fazer uma comida, pelo menos uma omelete para poder ficar em pé. Isso é como escovar os dentes, é uma coisa que todo mundo tinha de aprender. Pegar uma vassoura e sair varrendo, só não faz quem não quer.”

E por que ele acha que essas postagens andam tocando tanto as pessoas? “Elas acharam que eu estava fazendo um grande bem. Na verdade, estou ainda, transmitindo meu bom humor, paciência, falando que, enquanto há vida, há uma esperança muito grande. E deu certo, as pessoas são muito carinhosas.” Além disso, o ator diz que faz questão de responder aos comentários. “Mas não é tudo uma maravilha, não. Alerto todo mundo para que não se distraia, para que continue dessa maneira, porque, quando se anunciou o vírus no Brasil, a gente já sabia o que estava acontecendo lá fora.

A todo momento, estou me informando e vendo notícias na televisão sobre o que está acontecendo nos Estados. Quando as pessoas saem à rua, parece que o mundo vai acabar, sai todo mundo de uma vez só. E se continuarem dessa maneira, se aglomerando, fazendo festas particulares, contrariando as determinações impostas, estão fazendo uma grande bobagem. Se usar máscara é uma necessidade, tem que colocar, sim. ‘Ah porque incomoda, porque é calor’. E daí? Incomoda muito mais ficar numa cama de hospital, sem ter como respirar.”

Compacto do Estadão Digital

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